Vamos começar esse texto com um exemplo.
Você está pensando em começar a ir trabalhar de bicicleta. Está assistindo ao jornal da sua cidade e descobre que aumenta todos os dias a quantidade de ciclovias e ciclofaixas e lembra que muitos dos seus amigos, parentes, clientes, funcionários ou colegas estão indo de bicicleta trabalhar todos os dias. Você puxa o celular do bolso, entra no Google e começa a pesquisar por bicicleta.
A primeira coisa que aparece é uma vitrine com algumas bicicletas sendo apresentadas, já mostrando a foto de cada uma e o seu valor. Pronto, se você está buscando pelo produto, não é interessante ver que ele apareceu? Saber de imediato se o valor fica dentro do orçamento? E mais, se você clica no produto, cai direto na página dele. Não precisa entrar em uma página de categoria ou na página principal do site, fazer uma busca, escolher entre os vários produtos que aparecem. Muito mais fácil de ver as características dele e as informações de frete, parcelamento, prazo de entrega, etc.
Agora pense quantas vezes por dia isso não acontece nos quatro cantos do Brasil. Desde um vinho até uma geladeira, milhares de buscas com intenção de compra são feitas todos os dias na internet. E se uma pessoa fazendo a busca encontra o produto de primeira, ela tem muito mais chance de comprar antes de começar a perder o interesse ou aparecer alguma outra coisa que a distraia. Ou então desistir por não achar o produto procurado, no meio de tantas páginas.
É nesse momento que entra o Google Shopping e a sua importância.
Por que usar Google Shopping?
Como já vimos no início, o Google Shopping permite que uma pessoa já possa visualizar o produto pretendido desde a primeira busca e já possa ser encaminhada diretamente para a página do produto caso clique no anúncio. Mas existem outros motivos que fazem dele uma grande oportunidade para comerciantes online.
Destaque na página do Google
Cada vez mais o Google vem dando destaque para o Google Shopping. Na sua ultima atualização, onde tirou os anúncios laterais, o Google Shopping passou a ser uma das poucas coisas que ainda aparece nesse espaço, quando a busca é feita em desktops. Sem contar que em buscas por produtos, normalmente aparece somente um ou dois anúncios de links patrocinados enquanto que em outras buscas o número de anúncios pode chegar a 4.
Outra curiosidade na página do Google é que ele “empurrou” os anúncios orgânicos pra baixo, ficando a maioria fora da primeira dobra (antes de o usuário descer a página), ou seja, fica cada vez mais dificil concorrer de forma orgânica para produtos.
Visual
A página do Google é, na sua maioria, formada por textos de anúncios pagos e orgânicos. Agora imagine fazer uma busca e já ser impactado, logo de início, pela foto dos produtos que se está buscando? E em cores vivas? É muito mais fácil de chamar a atenção para o produto que um anúncio de texto. Claro, o produto ainda está concorrendo com outros comerciantes que também investem em Google Shopping. Mas a pessoa talvez nem desça o olho para ver os anúncios de texto, já que o que ela estava buscando está ao alcance de um clique.
Uma outra vantagem para o consumidor é descobrir ainda na busca qual a média de preços do produto que está buscando. Ao invés de uma busca normal em que o é necessário clicar em vários anúncios e comparar os preços, ele já vê, direto na página do Google, a média de preços praticados e também se está de acordo com o seu orçamento.
E para o comerciante, em um primeiro momento, pode parecer desvantagem mostrar o produto mais caro que os concorrentes, mas pelo que temos visto com nossos clientes, isto não é tão verdade pelos seguintes motivos:
- Muitas vezes a loja do concorrente não parece muito confiável. O perfil de compra do brasileiro ainda é muito conservador. Ele busca de todas as formas se proteger de falsos vendedores ou de ser enganado. Por isso, muitas vezes o concorrente tem o menor valor, mas não possui marca, um site bem desenvolvido, selos de garantia, histórico bom no Reclame Aqui, etc.
- Se o cliente acha seu produto caro, ele não clica. Diferente dos anúncios de texto onde não se enxerga o produto, o cliente precisa clicar em vários anúncios para fazer a comparação de preços. Se a única busca dele é por preço e o seu produto é mais caro, ele simplesmente sai da loja e não volta. Porém, como ele clicou no seu anúncio, você paga por esse clique. Nesse caso, quando o cliente clica no anúncio de Google Shopping, ele já passou pela primeira objeção que é o preço.
Não podemos esquecer também que o gerenciamento de Google Shopping envolve otimizar os produtos para que seja cada vez mais lucrativo investir nesta rede. Por exemplo, se você tem um produto que não tem como competir com o concorrente em termos de preço, as vezes é melhor não mostrar esse item e mostrar outros itens mais competitivos e com maior chance de serem comprados. Um dos detalhes que qualificam uma conta do Google é a taxa de cliques, ou seja, se o produto é pouco clicado, a tendência é que o Google dê uma qualificação menor para este produto e por consequência para a conta toda. Saber escolher os melhores produtos também é uma parte importante do gerenciamento.
Intenção de compra
Esse é um assunto que já foi abordado um pouco durante o texto mas é interessante registrar que o Google Shopping aparece nas buscas por produtos. Ou seja, quando o Google co-relaciona a busca com a lista de produtos disponíveis ele tende a mostrar a lista de produtos.
Nem sempre essas buscas tem a intenção de compra. Se pegarmos o exemplo da bicicleta, talvez seja uma palavra ainda genérica para exibir um produto. Não sabemos ao certo qual a intenção do usuário. Porém, se a busca é por “bicicleta caloi” e a loja vende bicicleta Caloi, os anúncios aparecerão, já que o usuário demonstrou conhecer um pouco mais sobre o que está buscando. Nesse caso, poder exibir o produto que ele está buscando, no momento exato que ele está buscando, é uma forma poderosa de exibir o produto certo na hora certa.
Concorrentes
Já vimos que os anúncios de Google Shopping chamam mais atenção pela foto dos produtos e pelo preço. Porém, existe uma vantagem interessante aqui no Brasil de usar Google Shopping que é o número de concorrentes que o utilizam. Diferente do Google Google Ads onde é só criar os anúncios para algumas palavras e já está funcionando (sem levar em conta a qualidade dos anúncios e sim a facilidade de criação), para utilizar o Google Shopping existe um processo um pouco mais complicado. Por isso, poucas lojas o fazem. E é nesse ponto que existe um oceano azul de oportunidades, tais como:
- Concorrer com os grandes: normalmente são as grandes lojas que aparecem no Google Shopping. Porém, nem sempre eles possuem o melhor produto ou preço. Nesse ponto, ter a chance de concorrer de igual pra igual com os grandes players do mercado sem precisar gastar uma infinidade de dinheiro em midias, tais como aconteceria com TV ou jornal, já torna esta forma de anúncio muito interessante.
- O custo do clique não é absurdo. Como o Google funciona na forma de um leilão, onde um dos fatores para o ranqueamento é o preço máximo estabelecido para o clique, quanto maior o número de concorrentes, maior precisa ser o investimento para ficar bem posicionado. Em alguns mercados o valor do clique em anúncios é quase inviável em função da concorrência. Porém, em um mercado ainda com poucos concorrentes, é possível aproveitar essa oportunidade de aparecer com um valor por clique baixo.
- Aproveitar os concorrentes. Imagine que o seu concorrente faz uma propaganda na TV ou jornal anunciando um produto em promoção. Muitas pessoas acabam entrando no Google para procurar por aquela promoção ou comparar se o produto em questão está mesmo mais barato. Agora imagine que você faça uma promoção melhor que o concorrente. O concorrente gastou um valor considerável em mídias tradicionais para atrair o público e você se beneficia de uma parte disso quando alguém procura por esse produto no Google.
Quem pode anunciar no Google Shopping?
Depois de todos os benefícios apresentados a pergunta que fica agora é: todos podem investir no Google Shopping? E a resposta é: Não.
Pra início de conversa, o Google Shopping só funciona para e-commerce de produtos que você mesmo vende. Não tem como colocar serviços ou produtos de outras lojas que você ganha comissão, por exemplo.
Dito isto, o Google possui algumas diretrizes que precisam ser seguidas para que seja possível começar a anunciar. Recomendamos sempre ler todo o conteúdo para evitar qualquer problema que as vezes pode ser até mesmo a suspensão da conta. As principais causas de reprovação da loja que temos visto por aqui são as seguintes:
Não ter uma política de devolução e reembolso
É necessário possuir, em algum lugar do site, a política de devolução e reembolso. Mesmo que você não faça devolução ou reembolso, é preciso deixar isso bem claro para o visitante. Em caso de possuir essa política, é importante esclarecer detalhadamente quais os procedimentos serão feitos e os prazos para aceitar devolução e envio.
Processo de compra segura
Vimos muitas lojas cujo processo de conclusão da compra (inclusão dos dados do cliente tais como endereço, CPF e dados do cartão de crédito) são feitos de forma não segura. É condição obrigatória que o site possua, nas páginas que coletam os dados do cliente, um certificado SSL válido instalado e funcionando. Sem esse certificado o Google entende que o cliente possui um risco muito grande de ter seus dados expostos e não permite que os produtos sejam anunciados.
Não seguir as políticas do Google Shopping
O Google Shopping possui, além das diretrizes, as políticas de anúncio de produtos. Siga o link, leia todo o conteúdo e entenda se seus produtos podem ou não participar desta rede do Google.
Detalhamento dos produtos
Após verificar que sua loja possui todos os requisitos para participar do Google Shopping, o próximo passo é entender como é feito o compartilhamento das informações dos produtos, para que o Google possa anunciar.
Este processo é muito simples.
Os anúncios são criados no Google Google Ads, que é a plataforma responsável pelo valor do clique, gerenciamento de orçamento e por mostrar os produtos na página do Google.
O Google Google Ads se interliga com uma ferramenta chamada Google Merchant Center que é a plataforma que verifica se a sua loja e todos os seus produtos estão de acordo com as políticas e faz o gerenciamento do feed de dados.
O feed de dados é um arquivo, normalmente no formato XML, criado pela loja e que possui todas as informações, de todos os produtos comercializados. No Google Merchant Center é possível importar este arquivo que depois será avaliado tanto pela ferramenta (para ver se há erros na criação do feed) quanto pela equipe do Google (para ver se seu feed esta condizente com os produtos da sua loja, tais como URL, imagem, preço, promoção, etc). Ou seja, os dados do feed precisam refletir os dados que o visitante verá na loja. Não pode haver diferença.
Nossa ideia aqui não é falar sobre os detalhes do feed. Esse é um assunto mais técnico e cheio de detalhes. Caso você tenha interesse, pode consultar na página de suporte a especificação de feed de produtos.
É importante ressaltar que este mesmo feed pode ser usado, dentro do Google Google Ads, para fazer remarketing dinâmico de produtos e também é usado pelo Facebook para fazer o remarketing dentro do Facebook.
Se você leu até aqui, você está pronto para anunciar no Google Shopping. Nossa recomendação continua sendo dar uma atenção especial para esta rede, pelo baixo número de anunciantes que estão nela por enquanto.
Deixe suas dúvidas nos comentários para que possamos enriquecer ainda mais este conteúdo.